Tenho lido algumas mensagens e textos falando sobre a capacidade de se colocar no lugar do outro para compreender melhor suas atitudes e, com isso, não desfazermos “amizades” ou não nos afastarmos de pessoas que nos causam sofrimento.
Algumas correntes teóricas da própria Psicologia, incluindo a Psicologia Positiva, falam muito de GRATIDÃO, COMPREENSÃO, EMPATIA, GENEROSIDADE, POR FIM, ACEITAÇÃO. Aceitação das características de cada um como um antídoto para o “veneno” lançado.
Carl Jung também se refere às sombras que nos incomodam nos outros e que fazem parte da nossa própria “matéria psíquica” (estaria em nós).
Contudo, particularmente, me reservo o direito de me ausentar, de me afastar de relações tóxicas. Também tenho auxiliado pacientes nesta decisão quando tomam essa consciência.
Mas, o que são relações tóxicas? Como identifica-las?
O fato de não nos identificarmos com o outro e vice-versa não nos dá a obrigatoriedade da convivência. As diferenças devem, sim, ser respeitadas. Mas o livre-arbítrio é um poderoso direito assegurado para garantir justamente este respeito, podendo usar o afastamento e o “contato zero” com pessoas que nos fazem mal:
• Pessoas que utilizam de processos de “vitimização” para nos dominar ou conseguir o que desejam.
• Pessoas que rejeitam nosso pensar e sentir, nossa visão da vida, nossas escolhas e tudo aquilo que nos define como sujeitos constituídos.
• Pessoas que exploram nossa “boa vontade” e abusam da nossa “generosidade”.
• Entre outras tantas formas tóxicas de domínio e controle da nossa alma.
Outra ferramenta que eu utilizo é o senso de equidade. Onde a relação traz “injustiça”, também me reservo o direito de me afastar. Isto é, quando a relação é baseada somente numa avenida de mão única.
Também me retiro quando percebo que não sou bem-vinda, ou quando não rola identificação da outra parte. Até mesmo certo rechaço. Ninguém fica em lugares desconfortáveis. Pelo menos, creio que não permanecem em situações de rechaço ou rejeição a sua pessoa.
Mas, vivemos num mundo tremendamente hipócrita. O “pensamento positivo”, utilizado em inúmeras fórmulas de autoajuda, contribui para a disseminação da ideia do “Politicamente Correto”.
Com a eleição do novo Presidente do Brasil, essa questão ficará ainda mais difícil de lidar. Onde há limitação de liberdade, o senso de obrigatoriedade de sujeição nas relações fala mais alto.
Ou seja, o “Politicamente Correto”, que nada mais é do que PERVERSÃO a serviço da CORRUPÇÃO será usado para diluir o pensamento crítico nas pessoas. A mensagem é clara: ou você se adapta ao sistema vigente, ou cai fora!
Esta é a manobra de corrupção do caráter, sempre favorecendo a outros interesses. De preferência aos interesses políticos e partidários.
Fica a reflexão…