Poesia | Equações…
Fazendo alusões com a matemática,
Me orgulho de ser a parte onde
As equações são imperfeitas
E a exatidão não é uma regra…
Conhecendo melhor as probabilidades
Me enquadro no ângulo reto, sem curvas,
Sem esperança no reencontro do ontem
Nem do hoje esperando o amanhã chegar.
Minhas vértices não se abrigam entre si,
Não esperam a união de coisas irreais…
Falando de figura e de suas probabilidades
Penso nas diferenças que podem unir
Onde o bizarro e o politicamente incorreto
Despertam pensamentos e aguçam viver
Se conectando numa improvável sinergia…
Deixa ser eterna na lembrança, me faça
Procurar por coisas esquecidas, pensar,
Fases irrecuperáveis na memória
De um tempo em que viver e sonhar
Eram duetos da interminável magia,
Sempre que acordados, buscávamos
Um sentido para viver nossas vidas…
Sinto a sua ternura, me lamento por tanto,
Tempos que mandava flores, que namorava
No portão sob a supervisão dos teus pais.
No aconchego dos teus braços, me sentia,
Me queria seguro, sem buscar desculpas,
Sem culpa por não falar tudo o que queria…
Bom estar contigo, especialmente sempre,
Não choro por não saber entender as coisas,
Pois hoje temos o mundo em nossas mãos,
Lamento sim por não dizer a palavra certa,
Querendo estar num lugar onde as coisas
Não precisam seguir exatamente seu curso
Assim como os rios que sabem onde vão…
Correntezas andam depressa, levam tudo,
Não deixam sinais de abandono nem a raiz,
Para dali não brotar esperança, só incertezas.
Como eu quis querer sem entender nada,
Estrada, bosque sem picada, chama apagada
E um coração sentido por querer demais,
Sem ao menos planejar a partida…
Vou vivendo, levando as coisas no meu rumo,
Não me acostumo com coisas inacabadas.
Voltar do ponto de onde deixei, talvez sim
Fizesse de mim, alguém que espera tudo,
Até mesmo entender que no final das contas,
Perdas foram muito maiores que ganhos
E sonhos são intermináveis promessas que
A gente faz ao coração para justificar a nossa
Incansável busca por respostas convincentes
Que ainda não temos e talvez não queremos…
By Laudir Dutra