Haverá segurança reforçada? Como lidar com a superlotação de pessoas? A tecnologia ajudará mesmo? Allan de Alcântara, sócio-proprietário na FrankFox Informática, e Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, comentam sobre as medidas adotadas para garantir a segurança do público; além disso, Beatriz Destefani e Maria Carolina Rossi, sócias-proprietárias na Comunica PR, falam sobre as estratégias de marketing para promover um dos maiores shows da carreira da cantora

São Paulo - Madonna chegou ao Brasil no último dia 29 para se preparar para o show de encerramento da turnê The Celebration Tour em grande estilo na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O evento, que acontecerá no dia 4 de maio às 21h30, fecha com chave de ouro a celebração dos 40 anos de carreira da Rainha do Pop, e o melhor de tudo é que o show será gratuito - trata-se de um show para marcar a história da música pop.

Para garantir que todo mundo possa aproveitar o show — o público estimado é de mais de 2 milhões de pessoas —, o Governo do Rio de Janeiro já confirmou que contará com a tecnologia para reforçar a segurança na Praia de Copacabana, como drones, câmeras térmicas e software de reconhecimento facial. Allan de Alcântara, engenheiro de computação e sócio-proprietário na FrankFox Informática, e Lucas Galvão, CEO da Open Cybersecurity, compartilham suas experiências no ramo da tecnologia da informação para sanar as dúvidas sobre as medidas adotadas para assegurar a segurança do público.

Aliada, sim, porém não infalível

Para Lucas, “em um evento de grande porte como esse, é importante considerar como será realizada a segurança física do ambiente, acesso às localidades, mecanismos para detectar objetos perigosos e além de adotarem estratégias para evacuação eficiente em emergências, tanto para o público quanto na logística da Madonna”.

Lucas ainda destaca que, nesse aspecto, a inteligência artificial pode ser grande aliada. “Pode-se considerar a utilização de drones para monitorar áreas de difícil acesso, câmeras térmicas para identificar anomalias de temperatura, softwares de reconhecimento facial podem ajudar na identificação de suspeitos em multidões. Além do uso de tecnologias de AI visando correlacionar eventos e prever comportamento suspeito (tudo isso usando critérios que não violem a privacidade e a ética, sem descriminação). Tal estratégia pode oferecer tomada de ação rápida”.

Altamente populares em várias áreas — segurança inclusa —, os drones garantem um amplo campo de visão e podem captar imagens aéreas de movimentações suspeitas ou uma aglomeração anormal de pessoas. “Porém, basta ter alguma condição climática adversa ou interferência no sinal que essas aeronaves ficam inoperantes”, alerta o sócio-proprietário na FrankFox. “Até mesmo torres de telefonia e rede móvel podem interromper a comunicação entre operador e drone, então é importante levar todos esses aspectos em consideração”.

As câmeras térmicas são preferíveis para detectar variações de temperatura, que também auxiliam na busca de indivíduos em áreas muito movimentadas ou com muitos obstáculos (áreas verdes, muros etc.), além de detectar pontos de calor, como incêndios. Há ainda as câmeras de reconhecimento facial, cujo principal ponto positivo é facilitar na identificação de pessoas.

Sobre o uso da tecnologia para a segurança do público, Lucas faz uma ressalva. “Potenciais falhas podem incluir problemas técnicos com os dispositivos, mau funcionamento dos drones, dificuldades na identificação precisa por reconhecimento facial e limitações operacionais. Até mesmo para as questões de telefonia e rede móvel onde caso não haja uma estrutura que suporte certamente sobrecarregará os pontos de conexão atual. Para conter isso, a equipe de estratégia deve ter plano de contingência sólido, fazer um treinamento para toda a equipe e redundância absoluta nos sistemas de segurança”.

“A melhor abordagem para mitigar os riscos de falhas é investir no treinamento de profissionais qualificados para monitorar e controlar os drones e câmeras, além de analisar as imagens captadas. A manutenção regular dos equipamentos e a atualização constante dos softwares são medidas fundamentais para aumentar as chances de sucesso ao utilizar a tecnologia em prol da segurança”, conclui o sócio-proprietário da FrankFox.

O marketing por trás da Madonna

A vinda de Madonna ao Brasil foi patrocinada pelo Itaú Unibanco, como uma forma de comemorar também os 100 anos do banco. Além de promover um show gratuito, a instituição financeira fechou parceria com diversas empresas para oferecer descontos em passagens aéreas, hospedagens e serviços afins — fora, é claro, benefícios para clientes Itaú Unibanco.

Shows de grandes artistas como Madonna já trazem uma divulgação orgânica pelo próprio nome da artista, mas também costumam envolver estratégias de marketing intensivas para atrair público e gerar interesse. "A visibilidade desse evento é tanto nacional quanto internacional. Nessa divulgação foi envolvida uma ampla gama de táticas, como anúncios em mídias sociais, comerciais de TV, parcerias com marcas, influenciadores, publicidade em rádio, entrevistas em programas de TV e rádio, além de promoções especiais para fãs", comenta Maria Carolina Martins Rossi, sócia-proprietária da Comunica PR. 

Além disso, a equipe de marketing explorou as ações internas do banco com os clientes. "Ao utilizar cartões de débito ou crédito Itaú, a cada R$ 100 gastos, as pessoas automaticamente têm a chance de ganhar um ingresso para o Espaço Itaú, uma área exclusiva próxima ao palco, além de outros benefícios. Isso configura marketing de influência, pois o Itaú está usando a oportunidade para se promover em cima da Madonna, uma figura pública de grande influência no mundo inteiro, e também da Praia de Copacabana, um lugar conhecido mundialmente", esclarece Beatriz Destefani, sócia-proprietária na Comunica PR

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