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Caxias do Sul,11/10/2025

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Nos 150 anos da imigração italiana no RS, livro recria história de casal de imigrantes

Fonte: ~Simone Souza Lersch
Nos 150 anos da imigração italiana no RS, livro recria história de casal de imigrantes Fotos acervo pessoal

Com base em documentos de família, registros históricos e relatos da época, a obra de Rosane Tremea mistura ficção e memória

Sinopse: Cecilia, Antonio e eu narra a trajetória de um casal de imigrantes italianos que chegou ao Brasil em 1883: Cecilia Suzanna e Antonio Tremea, bisavós da autora. A narrativa atravessa a chegada, o cotidiano nas colônias, os nascimentos dos 11 filhos e os desafios de fincar raízes em uma terra estrangeira.

 

A jornalista Rosane Tremea lança seu livro de estreia: Cecilia, Antonio e eu (Casa de Astérion, 181 páginas, ISBN 978-65-985408-6-9, R$ 69), onde reconstrói a história dos imigrantes italianos Cecilia Suzanna e Antonio Tremea, bisavós paternos da autora, chegados ao Brasil em 1883. A obra é fruto de dissertação de mestrado em Escrita Criativa na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

O texto ficcionaliza a vida do casal e, ao mesmo tempo, recupera um pouco da história da imigração italiana no Rio Grande do Sul, que em 2025 celebra 150 anos. Tendo como base uns poucos documentos e fotografias da família, além da historiografia e de relatos deixados por outros imigrantes, abrange um período que vai de 1883 (partida da Itália/chegada ao Brasil) a 1899, ano da morte de Cecilia – depois de ter tido, com Antonio, 11 filhos.

É o dia do registro de cada uma das crianças que dá forma à principal parte da narrativa – com pequenos conflitos envolvendo Antonio e o escrivão –, pontuada por hábitos e costumes, pela vida em comunidade e o trabalho dos colonos nos anos iniciais em terra estrangeira.


Na parte final, a autora se insere no texto em tom autoficcional, ao contar como recebeu do pai a missão de registrar essa história. Muitos descendentes de imigrantes, principalmente vênetos, irão se identificar com essa obra, pela busca das origens e a reconstrução de árvores genealógicas. Também descendentes de imigrantes de outras etnias poderão encontrar similaridades com relatos ouvidos de seus antepassados, a considerar as dificuldades enfrentadas em solo estrangeiro, a necessária resiliência e a construção de uma nova vida para si e a família – e, em uma perspectiva mais ampla, a importante contribuição para o desenvolvimento do próprio estado do Rio Grande do Sul.

Na orelha do livro, o escritor Altair Martins observa “De modo sensível, mas investigativo, este texto nos leva a uma dupla aventura: a dos que buscam uma nova terra e daqueles que cavam suas raízes. Em ambas as trajetórias, a cuccagna parece forjar-se não como o castelo prometido, mas como um testemunho que desafia os limites do tempo – o nosso e o daqueles que nos precedem”.

O título está disponível nas livrarias e no site http://www.casadeasterion.comA autora autografa o livro no dia 10 de outubro, às 16 horas, no Espaço 2 d41ª Feira do Livro de Caxias.

Prêmio “Racconti intorno al Vino”

Recentemente, o conto “O porão do meu nonno”, de autoria de Rosane Tremea, foi escolhido na categoria internacional do concurso promovido pela Associazione Nazionale Città del Vino, da Itália. Já na quinta edição do concurso literário, a associação que reúne 500 cidades produtoras de vinho na Itália premia quatro autores italianos e, pela primeira vez, um texto vindo do exterior.

O conto teve revisão de Daniela Neu (português) e de Desirée Tibola (italiano) e tradução da italiana  Patrizia Cavallo. A cerimônia entrega do prêmio aconteceu no dia 27 de setembro na Villa Cavalletti, um lugar com mais de 500 anos de história, em Grottaferrata, na região dos Castelli Romani , e contou com a presença da autora.

O conto trata da relação de nonno da autora e do bisnonno dela – filho de imigrantes italianos e imigrante, respectivamente – com o vinho que é, ao mesmo tempo, a forma como outros descendentes se relacionam com a tradição vinícola herdada dos italianos no RS há 150 anos – a propósito, o tema do concurso deste ano era os 150 anos da imigração italiana e o vinho. Os cinco contos resultaram em um livro.


Rosane conta que o que mais a deixou feliz foi "ouvir de uma jurada, especialista em vinho e em literatura, que tudo o que gira em torno do vinho hoje é tendência, mas que nós conseguimos, com os nossos textos, humanizar o tema, porque, no fundo, se trata de pessoas e não de coisas".

 

Rosane Tremea é jornalista e mestra em Escrita Criativa pela PUCRS. Trabalhou por mais de 30 anos em redações, com passagens marcantes pelo jornal Zero Hora. Apaixonada por viagens, histórias e memórias familiares, estreia na literatura com uma obra que une sua vivência jornalística ao desejo de compreender e preservar suas origens.




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