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Caxias do Sul,24/06/2025

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Ecoansiedade atinge a saúde mental dos brasileiros

Fonte: Naná Hausen
Ecoansiedade atinge a saúde mental dos brasileiros Paulo Pinto/Agência Brasil
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Crise climática entra na pauta ESG e requer que empresas assumam protagonismo


A crise climática já ultrapassou os limites ambientais e está impactando diretamente a saúde mental das pessoas. Com enchentes, secas e desastres cada vez mais frequentes, cresce no Brasil e no mundo um fenômeno psicológico chamado ecoansiedade — a angústia constante diante do futuro do planeta. O que antes era um sentimento isolado entre ativistas ambientais agora se torna pauta urgente em escolas, famílias e no ambiente corporativo.

“Não é exagero dizer que vivemos uma era de ansiedade climática. A ecoansiedade se manifesta com sintomas como angústia, insônia, sensação de impotência e até mudanças de rumo profissional ou pessoal. Ela está ligada à percepção real de risco ambiental”, explica Magnor Müller, especialista em ESG e fundador da DGS Consultoria. Segundo ele, o impacto emocional da crise climática já é visível entre jovens, trabalhadores e consumidores — e as empresas precisam reagir.

A tragédia climática enfrentada pelo Rio Grande do Sul em 2024, com chuvas históricas e milhares de desabrigados, escancarou a urgência da questão. O trauma da população voltou nos últimos dias, com o aumento das águas dos rios, alagando novamente as ilhas situadas na Capital e deixando vários municípios gaúchos em estado de alerta.  “Não estamos falando apenas de perdas materiais, mas de um trauma coletivo. O medo crônico de novos desastres afeta a confiança das pessoas no futuro e exige uma resposta coordenada entre governos, escolas e organizações”, afirma Müller.

Nesse contexto, a ecoansiedade entra diretamente na agenda ESG. O “S” da sigla — de Social — deve incluir a saúde mental climática dos colaboradores como parte das políticas de riscos psicossociais. No Brasil, isso significa incorporá-la às diretrizes da NR1, norma que trata da gestão de riscos ocupacionais.

Já o “E” — de Ambiental — precisa ir além de metas e relatórios. “É preciso adotar práticas que inspirem ação — e não paralisia. Engajar colaboradores em projetos sustentáveis, estimular o voluntariado ambiental e oferecer espaços de diálogo emocional sobre o clima são formas eficazes de transformar preocupação em protagonismo”, recomenda Müller.

Apesar de muitas vezes invisível, a ecoansiedade pode ser um ponto de partida para mudanças positivas. “Ela não é fraqueza — é consciência. E consciência exige resposta. Empresas que querem ser parte da solução climática precisam também cuidar da saúde emocional de quem está dentro da organização”, conclui Müller.

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